A pós-graduanda em Recursos Hídricos, Cristina Santos Siqueira Tavares, concedeu-nos alguns de seus trabalhos acadêmicos públicados no Congresso de São Paulo:
O Recurso Natural Água
A água é a substância mais abundante na biosfera. Distribuída em seus diferentes estados líquido, sólido e gasoso pelos oceanos, rios e lagos, nas calotas polares e geleiras, no ar e no subsolo, a água é a substância mais importante para a sobrevivência da espécie humana, bem como de toda a vida na Terra.
O estoque de água doce do planeta, que de alguma forma pode estar disponível para o uso do homem, é de cerca de 0,3% de todo o volume de água, o que corresponde a aproximadamente 4 milhões de km³ e se encontra principalmente no solo. A parcela disponibilizada nos cursos de água é a menor de todas; exatamente onde retiramos a maior parte para uso nas mais diversas finalidades e onde, invariavelmente, lançamos os resíduos dessa utilização.
A Importância da Água
A água, mais que um composto químico, é fonte essencial da vida, pois, a vida começou na água e está intrinsecamente ligada a ela. É uma substância vital para os seres humanos e seu ambiente, importante econômica e culturalmente.
A água possibilita a vida por onde passa, seja nas florestas, seja nos campos cultivados, nos rios ou nas cidades, onde é essencial para saciar a sede, preparar alimentos e higiene de bilhões de seres humanos.
Porém, é finita e não há possibilidade de consumo ilimitado deste recurso natural.
Disponibilidade de Água no Mundo
A água é um dos recursos natural mais abundante no planeta, com um volume total estimado em 1.386 milhões km3. Esse gigantesco volume está distribuído da seguinte forma: 97,5% de toda água na Terra estão nos mares e oceanos, 1,7% nas geleiras e calotas polares, 0,7% está nos aqüíferos subterrâneos, menos que 0,01% formam os rios, lagos e reservatórios e, ainda, uma porcentagem ínfima da água está distribuída em forma de vapor na atmosfera (SHIKLOMANOV, 1999).
Mas, infelizmente, essa abundância de água no nosso planeta não corresponde à igual, nem sequer próxima abundância de água para consumo humano. Enquanto processos de dessalinização da água do mar ainda forem extremamente dispendiosos, a água doce permanecerá como a única parcela de real possibilidade de uso e consumo. Representando apenas 2,5% da totalidade de água no mundo, a água doce está dividida, segundo SHIKLOMANOV (1999), em: 68,9% nas calotas polares e geleiras, 29,9% em água subterrânea, 0,3% em água superficial e 0,9% em outras formas.
Apesar da possibilidade física de uso, ainda existe mais uma limitação: a totalidade de água doce no mundo não é economicamente viável a exploração. Na prática, somente as águas superficiais e uma parcela das águas subterrâneas são utilizadas como mananciais, o que reduz, ainda mais, a disponibilidade de recursos hídricos no planeta. Assim, apenas 0,006% da água doce do mundo, cerca de 21.200 km3, são de fácil acesso, escoando em corpos de água. Ainda, deve-se lembrar que os valores e porcentagens apresentados anteriormente demonstram apenas uma distribuição estatística, uma vez que a água não é um elemento estático na natureza; ela está sempre em transformações e movimento.
Disponibilidade de Água no Brasil
O Brasil é o país que apresenta maior disponibilidade de água, sendo a vazão média anual dos rios em território nacional estimada em 180 mil metros cúbicos por segundo, representando 12% dos recursos hídricos mundiais.
Há uma grande diversidade de situações no Brasil. As regiões norte e centro-oeste possuem abundância de água, com 89% da potencialidade das águas superficiais do país, mas nestas regiões vivem apenas 14,5% dos brasileiros, que possuem uma demanda hídrica de 9,2% do total nacional. Enquanto isso, os restantes 11% do potencial hídrico estão espalhados nas regiões nordeste, sul e sudeste, onde estão localizados 85,5% da população e 90,8% da demanda de água do país (IBAMA, 2002).
Ciclo Hidrológico
O processo de circulação da água no planeta chama-se ciclo hidrológico e pode ser resumidamente explicado da seguinte forma: o calor da radiação solar faz com que a água dos rios, lagos e oceanos evaporem e nas plantas, ocorra à transpiração. A água, em forma de vapor, acumula-se na atmosfera até que precipita sobre a superfície terrestre e os oceanos. Então a água de chuva que cai sobre a terra infiltra abastecendo os lençóis freáticos ou escorre formando os rios, que, eventualmente, acabam por desaguar em lagos ou nos oceanos, voltando a evaporar.
A água nos Seres Vivos
A exata porção de 70% de água da Terra é semelhante à do corpo de vários animais. A vida começou na água e está intrinsecamente ligada à ela. A maioria das células está rodeada de água. A célula é composta por 70 a 90% de água, e a maior parte do restante é constituída por compostos carbônicos.
A Terra contém amplas reservas de água, substância dotada de propriedades essenciais à vida. A água é importante para a vida de todos os organismos, uma vez que dissolve mais substâncias do que qualquer outro líquido, desempenhando diversas funções essenciais: transporta substâncias indispensáveis à vida, mantém as células com o tamanho e forma adequadas, faz parte de todos os líquidos orgânicos (sangue, urina, suor, etc.); regula a temperatura do corpo e intervém em todas as transformações que ocorrem no interior do organismo. É por isto que se diz que a água é indispensável.
Os Usos Múltiplos da Água
Entre os muitos usos da água podem ser citados os usos consultivos: abastecimento doméstico e industrial, irrigação e dessedentação de animais; e os não consultivos: preservação da flora e da fauna, recreação e lazer, pesca, harmonia paisagística, geração de energia elétrica, navegação e diluição de despejos (MOTA, 1997). Essas várias formas de aproveitamento da água apresentam características bem distintas, com diferentes padrões de qualidade.
Considerando as principais utilizações da água doce no mundo, os usos da água podem ser resumidos em três preponderantes: para a agricultura, no cultivo das plantas e produção de alimentos; para a indústria, como insumo na produção; e para o abastecimento doméstico, que inclui as necessidades do homem no consumo próprio e higiene.
Razões de Carência de Água
- A agricultura e pecuária utilizam dois terços da água doce disponível no mundo. O aumento do consumo de carne contribui para o dispêndio de água, pois ela é imprescindível desde a criação até o abate dos animais. O uso da água na irrigação é muito alto, e soma-se a isso um volume desperdiçado em sistemas de irrigação ineficientes, evaporação e vazamentos;
- A contaminação dos lençóis freáticos por esgoto ou resíduos industriais oneram a captação e o tratamento das águas;
- O desmatamento contribui para a diminuição da retenção da água no solo e gera desertificação e esvaziamento dos lençóis freáticos;
- O bombeamento de lençóis subterrâneos ocorre em velocidade maior que a da reposição natural;
- Além da poluição direta, por lançamento de esgotos, falta de sistemas de tratamento de efluentes e saneamento, há a chamada poluição difusa, que ocorre com o arrasto de lixo, resíduos e diversos tipos de materiais sólidos que são levados aos rios com a enxurrada. Ao "lavar a atmosfera", a chuva também traz poeira e gases aos corpos d'água.
- O desconhecimento, a falta de orientação e informação aos cidadãos são os principais fatores que levam ao desperdício, que ocorre, na maioria das vezes, nos usos domésticos, ou seja, na nossa própria casa. Estima-se que o desperdício de água no Brasil chegue a 70%;
- Falta de investimentos em programas de reutilização da água para fins industriais e comerciais, pois a água tratada, depois de utilizada, é devolvida aos rios sem tratamento, em forma de efluentes, esgotos e, portanto, poluída.
Entre a Abundância e a Escassez
Apesar de termos a impressão de que a água está "acabando", a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a sua distribuição, pois a água não permanece imóvel.
As eventuais "perdas" de água se devem mais à poluição e à contaminação, que podem chegar a inviabilizar a reutilização, do que à redução do volume de água da Terra. A existência do Ciclo Hidrológico é uma das provas de que o gerenciamento adequado dos recursos hídricos, e não a "falta d'água", é o maior problema a ser enfrentado pela humanidade.
O cenário de escassez se deve não apenas à irregularidade na distribuição da água e ao aumento das demandas, o que muitas vezes pode gerar conflitos de uso, mas também ao fato de que, nos últimos 50 anos, a degradação da qualidade da água aumentou em níveis alarmantes. Atualmente, grandes centros urbanos, industriais e áreas de desenvolvimento agrícola com grande uso de adubos químicos e agrotóxicos já enfrentam a falta de qualidade da água, o que pode gerar graves problemas de saúde pública.
A escassez é resultado do consumo cada vez maior, do mau uso dos recursos naturais, do desmatamento, da poluição, do desperdício, da falta de políticas públicas que estimulem o uso sustentável, a participação da sociedade e a educação ambiental.
Embora o Brasil seja o primeiro país em disponibilidade hídrica, privilegiado com 12% da água doce superficial no mundo, a poluição e o uso inadequado comprometem esse recurso em várias regiões do País.
Estudiosos prevêem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África. Mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água. A distribuição desigual é causa maior de problemas.
O alerta é da ONU, que já traça um cenário atual bastante difícil: mais de 1 bilhão de pessoas, cerca de 18% da população mundial - estão sem acesso a uma quantidade mínima de água de água de boa qualidade para consumo.
A questão é que, mantidos os atuais padrões de consumo e de danos ao meio ambiente, o quadro pode piorar muito e rapidamente: calcula-se que, em 2025, dois terços da população global - 5,5 bilhões de pessoas - poderão ter dificuldade de acesso à água potável, em 2050, já seria cerca de 75% da humanidade.
O drama diz respeito à sede e à escassez de água para cozinhar, tomar banho e plantar, mas também à disseminação de doenças causadas pela ausência de tratamento da água, como diarréia e malária.
Estresse Hídrico
A ONU defende o acesso à água salubre como uma necessidade humana fundamental. “Países que dispõem em um ano de apenas 1,7 mil metros cúbicos de água por pessoa são considerados em estresse hídrico”
Já países com menos de mil metros cúbicos enfrentam escassez de água, situação que afetou 1,7 bilhão de pessoas em 2000.
Na África setentrional, há vários países em situação de estresse hídrico, devido ao desmatamento, desertificação, políticas agrícolas inadequadas e crescente contaminação por esgoto humano.
Na Ásia ocidental, já existem conflitos nacionais pela disputa da água. Na Península Árabe, as reservas subterrâneas estão sendo consumidas em velocidade maior que a da reposição, e a construção de represas em rios de uso comum é motivo de desavença entre alguns países.
Na América Latina e no Caribe, a exploração hídrica tem ultrapassado sua capacidade de renovação devido à demanda agrícola, industrial e residencial. Os sistemas fluviais também são contaminados por esgoto e pela descarga de produtos químicos da indústria e da mineração.
Alternativas para Enfrentar a Escassez de Água no Brasil
- No Ceará, um programa pioneiro financia a construção de cisternas residenciais, para a coleta de água das chuvas em regiões críticas;
- Em São Paulo , prédios coletam água de chuvas para a limpeza de áreas comuns;
- Reutilização da água em São Paulo e em Campina Grande , na Paraíba.
Cristina Santos Siqueira Tavares
Técnica em Meio Ambiente
USO RACIONAL DA ÁGUA: uma revisão bibliográfica
Cristina Santos Siqueira Tavares1
Professora de História (FAFIC/1993) com Especialização em História do Brasil (IEC/2007) e Técnica em Meio Ambiente (IF Sudeste de Minas campus Rio Pomba, 2010).
Maurício Novaes Souza2
Eng. Agrônomo, D.Sc., Prof. Efetivo IF Sudeste de Minas campus São João del Rei, 36.302-672, São João del Rei - MG. E-mail: mauriciosnovaes@yahoo.com.br.
Endereço1:
Av. Eudaldo Lessa, 735/202 – Bairro Popular , Cataguases , Minas Gerais, CEP: 36.770.000 – Brasil (32) 3421-7161 (32) 8829-0524. E-mail: cristinaktaguases@yahoo.com.br
RESUMO
Neste trabalho se buscou mostrar a importância do uso racional da água por meio da adoção de medidas simples e rotineiras em nosso cotidiano, para evitar a possível escassez da água, recurso imprescindível à manutenção de qualquer ser vivo na Terra. A água tem sido um dos maiores catalisadores da transformação econômica mundial. Por intermédio de programas, atitudes e medidas simples, apontaram-se alternativas de redução de consumo e desperdício desta riqueza natural, buscando conter a visão enganosa de que se pode contar com este recurso e seus benefícios indefinidamente. Há séculos a água tem sido vista como um bem de consumo e não como um recurso finito com usos múltiplos. A sociedade e o poder público, de um modo geral, não compreendem a ligação entre as práticas relacionadas ao uso do solo, tais como desmatamento, agricultura intensiva e disposição de dejetos, afetam a quantidade e a qualidade da água. O problema de falta de água deve triplicar nos próximos anos e, ao menos que as autoridades tomem as providências técnicas e legais necessárias, haverá falta de água, principalmente tratando-se de qualidade; como consequência, a falta de alimentos, problemas de saúde e, segundo pesquisadores das Nações Unidas, até confrontos armados.
PALAVRAS-CHAVE: ecossistemas aquáticos, quantidade e qualidade da água, gestão e educação ambiental.
INTRODUÇÃO
A crescente preocupação com a disponibilidade mundial da água vem exigindo de toda a população e setores produtivos uma nova postura em relação à utilização desse recurso. A água encontrada na natureza é essencial para a vida no nosso planeta. É o principal elemento da vida e está presente em todos os seres vivos. Está presente em nosso dia-a-dia, mas poucas vezes se percebem o seu real valor. Ela sacia nossa sede, modela paisagens, limpa o ar, umedece o solo e possibilita a vida no planeta.
A água circula continuamente na natureza desde a formação da Terra, graças à ligação existente entre todos os elementos encontrados no planeta. Ela percorre vários caminhos: evapora, forma nuvens, cai sob o solo na forma de chuva, penetra no solo ou escoa sobre a superfície. Podemos encontrá-la formando os olhos d’água, lagos, em formas de geleiras, pequenos e grandes rios que deságuam nos mares que cobrem a maior parte da superfície da Terra.
A água utilizada pelo homem provém de mananciais, lagos, rios e lençóis subterrâneos, correspondendo a uma pequena parcela da água disponível. Embora 70% da superfície da Terra estejam cobertas por água, apenas uma fração dela se conserva potável e, como resultado, a falta de água já alcança 1,3 bilhão de pessoas em todo o planeta. No entanto, esta riqueza natural, vem sendo mal administrada em conseqüência de uma visão enganosa de que poderemos contar com este patrimônio e seus benefícios para sempre. Há séculos, a água tem sido vista como um bem de consumo infinito e não como um recurso finito com usos múltiplos (SOUZA, 2004).
Reconhecida como recurso vulnerável, finito e já escasso em quantidade e qualidade, por isso, trata-se de um bem econômico; é, portanto, fundamental que se disponha de instrumentos legais, essenciais ao equilíbrio da oferta e da demanda, para garantir o desenvolvimento sustentável. À medida que aumenta o desenvolvimento econômico e a renda per capta, aumenta também a pressão sobre os recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
A escassez e a qualidade da água constituem sérios problemas para bilhões de pessoas em todo mundo. Isto se deve à evolução do consumo mundial de água. Estima-se que, em 30 anos, haverá 5,5 bilhões de pessoas vivendo em áreas com moderada ou elevada escassez de água. Segundo dados da ONU, mais de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável no planeta. Outros 2,4 bilhões não têm saneamento básico. A combinação dos dois índices é apontada como a causa de pelo menos 3 milhões de mortes todo ano. Atualmente, mais de 1,2 bilhão de pessoas, sobretudo na América Latina, África e Ásia, sofrem com a escassez desta substância vital em algum grau (TUNDISE, 2003).
O crescimento da demanda mundial, por água de boa qualidade, a uma taxa superior à da renovabilidade do ciclo hidrológico é, consensualmente, previsto nos meios técnicos e científicos internacionais. Este crescimento tende a se tornar uma das maiores pressões antrópicas sobre os recursos naturais do planeta no próximo século.
OBJETIVO
Buscou-se, neste trabalho, conscientizar a sociedade quanto à importância do uso racional da água, por intermédio de campanhas, programas, ações alternativas, atitudes e utilização de equipamentos especiais, buscando a economia, conservação, e manutenção deste recurso natural. Procurou-se contribuir para a gestão sustentável dos recursos hídricos, apontando caminhos para a racionalização do consumo e o combate ao desperdício, por meio da valorização, responsabilização e motivação dos cidadãos e usuários. Apontaram-se ou indicaram-se atitudes e práticas que pudessem contribuir para a redução do consumo e a preservação da água, avaliando a redução do consumo de água por meio da utilização de equipamentos especiais. Buscou-se conscientizar a população, visando mudanças de hábitos e eliminação de vícios de desperdício com foco na conservação e consequente aumento da disponibilidade do recurso água.
MATERIAL E MÉTODO
O presente trabalho foi desenvolvido a partir de revisões bibliográficas, com a finalidade de ampliar informações sobre o tema abordado em revistas, revistas eletrônicas, sites específicos, monografias, trabalhos de conclusão de curso, livros, entre outros materiais. Identificadas as bibliografias necessárias, foi realizada a pesquisa em órgãos como ANA - Agência Nacional das Águas, SABESP e EMBRAPA, na procura por informações técnicas, além de legislações pertinentes ao assunto. Com os dados obtidos, partiu-se para a busca por resultados, conseguindo assim alcançar o objetivo esperado. A proposta deste tema é expor algumas formas alternativas economizadoras de água que se pode aplicar na vida cotidiana de cada cidadão, já que o uso racional da água e o combate ao seu desperdício tornaram-se uma preocupação mundial. O esgotamento do recurso “água” é uma realidade, e o uso racional deve ser considerada uma prioridade ambiental e social. Neste trabalho as alternativas de uso racional da água para conter o uso indiscriminado e o desperdício da água, foram formadas a partir de trabalhos, projetos, campanhas educativas, entre outros.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
- O recurso natural água
Dentre os sistemas da Terra, a hidrosfera é o mais rico em formas e número de seres vivos, o que confirma que a água é a principal substância para o surgimento da vida e manutenção de todos os seres vivos. É vital para os seres humanos e seu ambiente, importante econômica e culturalmente; porém, é finita e não há possibilidade de seu consumo ilimitado.
Desde as antigas civilizações até aos dias atuais, as cidades vêm sendo construídas nas proximidades de grandes rios ou lagos. Esse acontecimento pode ser explicado pelo fato de os recursos hídricos serem utilizados tanto para a retirada de água para abastecimento, como também para receber e diluir dejetos. Esta estreita relação da humanidade com a água fez com que esse recurso natural fosse considerado infinito. Tal constatação pode ser tomada como verdadeira sob o ponto de vista quantitativo, pois enquanto o sol acumular energia suficiente para aquecer a Terra, o elemento que cobre mais de 97% do planeta se evaporará, sofrerá condensação nas camadas superiores da atmosfera, e cairá na forma líquida sobre a superfície: dessa forma, sempre teremos água em abundância (COIMBRA et al., 1999).
Porém, no que se refere à qualidade, o quadro certamente se agravará. Desde o aparecimento da forma mais primitiva de vida na terra, o Planeta vem sofrendo alterações. O homem tem provocado danos materiais e ecológicos consideráveis, confirmando o caráter finito desse recurso natural, pelo menos do ponto de vista qualitativo. É ainda imperativo lembrar que a água não se distribui uniformemente no planeta, e que em apenas algumas situações ela pode ser utilizada sem nenhum tipo de tratamento prévio. Com capacidade para compreender racionalmente esse admirável e artístico processo, o homem é o único ser consciente da natureza e do processo evolutivo do qual faz parte, devendo ser, do ponto de vista moral, o primeiro a considerar sagrada a natureza, respeitando e protegendo os processos ecológicos que possibilitam a sua continuidade.
- Disponibilidade de água no Brasil e no mundo
- Legislação
- Usos e padrões da água
- Conservação das águas
- Usos múltiplos das águas
- Problemas relacionados à água
- Desafios para alcançar a segurança da água
- A educação ambiental como instrumento para o uso racional da água
- Cuidados simples para reduzir o consumo de água
- Outras formas de economizar água
- Alternativas para enfrentar a escassez da água
- Perspectivas de solução
FIGURA 1 – Esquema do ciclo hidrológico ou ciclo da água. Fonte: SOUZA, 2008.
Basicamente a água líquida evapora a partir da superfície da terra; dos rios, lagos e oceanos, formando as nuvens de vapor que em seguida se precipitam sob a forma líquida. Parte desta água penetra no solo formando reservatórios subterrâneos. No entanto, a quantidade de água sob a forma de vapor, ou seja, presente na atmosfera, é muito pequena em relação aos outros compartimentos do ciclo hidrológico. Aproximadamente 97% de toda a água do planeta estão nos oceanos, e 70 % da água doce encontra-se sob a forma de gelo nos pólos. A evaporação é maior na área dos oceanos do que nos continentes. Por outro lado, chove menos nos oceanos do que se evapora. Nos continentes a situação se inverte, ou seja, a quantidade de água das chuvas é maior que a da evaporação. O excesso de água das chuvas nos continentes é transportado pelos rios para o mar, suprindo então o déficit existente. O ciclo da água está intimamente relacionado com a temperatura global. Isto significa que alterações neste parâmetro tendem a alterar a quantidade de evaporação e o regime de chuvas no planeta, o que já se podem observar atualmente.
· A importância da água
“A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos”. (DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA, UNESCO, 1992).
A água é um recurso natural essencial, seja como componente de seres vivos ou como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como substância representativa de valores sociais e culturais, seja como fator de produção de bens de consumo e produtos agrícolas. Como fator de consumo nas atividades humanas, a água também tem um papel importante. No Brasil se consomem, em média, 246 m³ hab.-1 ano-1, considerados todos os usos da água, inclusive na agricultura e na indústria.
Como fator de produção de bens, a larga utilização na indústria e, notadamente, na agricultura, é um exemplo da importância desse recurso natural. Em nível mundial, a agricultura consome cerca de 69% da água captada, enquanto 23% são utilizados na indústria e os 8% restantes destinam-se ao consumo doméstico. No Brasil, esses percentuais são, respectivamente, 70%, 20% e 10% (SOUZA, 2008).
Apesar de se terem a impressão de que a água está "acabando", a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há 500 milhões de anos. O que muda é a sua distribuição, por intermédio do ciclo hidrológico. Contudo, está distribuída pelo planeta de forma desigual. Em termos globais, as fontes de água são abundantes. No entanto, quase sempre são mal distribuídos na superfície da Terra. No planeta Terra, dois terços da superfície, ou 71% é coberto por água. De toda a água existente na Terra, apenas 2,5% é doce, sendo que 1,75% desta água está nas geleiras e apenas 0,75% pode ser dividido entre os aproximadamente 6 bilhões de humanos que habitam a Terra (TUNDISE, 2003).
O estoque de água doce do planeta, que de alguma forma pode estar disponível para o uso do homem, é de cerca de 0,3% de todo o volume de água, o que corresponde a aproximadamente 4 milhões de km³ e se encontra principalmente no solo. A parcela disponibilizada nos cursos de água é a menor de todas; exatamente de onde se retiram a maior parte para uso nas mais diversas finalidades e onde, invariavelmente, lançam-se os resíduos dessa utilização (ibidem).
O Brasil encontra-se em uma posição privilegiada em relação aos outros países do mundo, no que diz respeito à disponibilidade de recursos hídricos. Existe água em abundância na maior parte das regiões, mas existe também o desperdício e o comprometimento dos mananciais. Mesmo possuindo a maior disponibilidade hídrica do planeta, com cerca de 12% do deflúvio médio mundial (5.744 km³ ano-1), no Brasil, essa situação não é diferente. O problema é que esse volume é desigualmente distribuído: 70% estão na Amazônia, região com menos de 7% da população nacional, existe muita água em local com poucos habitantes, 15% no Centro-Oeste, 6% no Sul e no Sudeste e apenas 3% no Nordeste, sendo 2/3 destes localizados na bacia do rio São Francisco (ANA, 2002).
Além dessas desigualdades, não se sabem usar a água: 46% dela é desperdiçada nos vazamentos das tubulações ao longo das redes de distribuição, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, a Suíça e o Norte da Itália. É urgente, portanto, um novo padrão cultural para utilização dos nossos recursos hídricos. De acordo com a Organização das Nações Unidas, no último meio século, a disponibilidade de água per capita diminuiu 60%, enquanto que a população aumentou 50%. No Brasil, 58% dos municípios não têm água tratada. Cada pessoa vive bem usando cerca de 40 litros diários de água. No Brasil a cota média utilizada está em torno de 200 litros diários (REBOUÇAS, 2004).
O Brasil tem alcançado avanços significativos em termos de gestão dos seus recursos hídricos desde a instituição da Lei Federal nº. 9.433, de janeiro de 1997, capítulo I, Art. 1º que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos, organizando o setor de planejamento e gestão em âmbito nacional, proclamando em seu texto, com muita clareza, os princípios básicos praticados hoje, em todos os países que avançaram na gestão de seus recursos hídricos, baseando-se nos seguintes fundamentos:
I – a água é um bem de domínio público;
II – a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III – em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
IV – a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
V – a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI – a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
A lei estabelece, entre outros, dois instrumentos essenciais à boa gestão de uso da água:
- Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos: instrumento pelo qual o usuário recebe uma autorização, ou uma concessão, ou ainda uma permissão (conforme o caso), para fazer uso da água.
- Cobrança pelo uso da água: essencial para criar as condições de equilíbrio entre as forças da oferta (disponibilidade de água) e da demanda, promovendo, em conseqüência, a harmonia entre os usuários competidores.
ü Lei nº. 9. 984 de julho de 2000 que criou a Agência Nacional de Águas - ANA.
Verifica-se, ainda, uma evolução das legislações estaduais, um progressivo interesse e crescente preocupação dos diversos segmentos da sociedade relativos à boa gestão dos recursos hídricos, fundamentais para o desenvolvimento econômico e social. Em Minas Gerais , a Política Estadual de Recursos Hídricos está definida na Lei nº. 13.199 de janeiro de 1999.
A água para ser utilizada no meio antrópico precisa ter certa qualidade. Essa qualidade é determinada por parâmetros físicos, químicos e biológicos. Além de garantir a qualidade requerida, esses parâmetros também servem para evitar que águas de melhor qualidade sejam utilizadas em usos menos nobres. Ou seja, que se use água com qualidade superior à necessária, desperdiçando, assim, a água de boa qualidade. Esse conceito foi formulado em 1958 pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas: “a não ser que exista grande disponibilidade, nenhuma água de boa qualidade deve ser utilizada para usos que toleram águas de qualidade inferior”.
ü Principais parâmetros medidos para avaliação da qualidade da água
- Físicos: cor, turbidez, sabor, odor e temperatura.
- Químicos: pH, alcalinidade, acidez, dureza, ferro e manganês, cloretos, nitrogênio, fósforo, matéria orgânica, oxigênio dissolvido, micro poluentes inorgânicos e micro poluentes orgânicos.
- Biológicos: organismos indicadores (coliformes totais, coliformes fecais, estreptococos fecais), algas e bactérias.
ü Classificação de corpos de água doce (ANA, 2002)
- Classe Especial: águas destinadas ao abastecimento doméstico, sem prévia desinfecção ou com simples desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
- Classe 1: águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; à criação natural e ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
- Classe 2: águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho); à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; à criação natural e ou intensiva (aqüicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
- Classe 3: águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à dessedentação de animais.
- Classe 4: águas destinadas à navegação; à harmonia paisagística; aos usos menos exigentes.
“A água provém da natureza, de seu manancial criador: Cabe ao homem usá-la, protegê-la e conservá-la pura, torná-la infinita como a própria imensidão.” (Mucci, citada por ARNT, 1995).
A conservação das águas depende, sobretudo, de ações educativas junto à comunidade, que deve ser esclarecida com relação aos prejuízos que a poluição e o desperdício provocam. Depende, também, de uma maior eficiência política dos governos e de uma série de leis e regulamentos que devem ser adotados em nível global, para um melhor gerenciamento dos recursos hídricos. Além disso, da formulação estratégica de ajuda aos países onde as questões relacionadas à água são significativas, considerando-a uma prioridade social e ambiental para que a água tratada e potável nunca falte em nossas torneiras.
A conservação das bacias hidrográficas é uma estratégia que visa proteger e restaurar a qualidade ambiental e, consequentemente, os ecossistemas aquáticos. Esta abordagem se baseia na construção de que muitos dos problemas de qualidade e quantidade de água são evitados ou resolvidos em sua área de abrangência e os atores envolvidos.
Nenhum recurso natural, com exceção talvez do ar, apresenta tantos usos legítimos quanto a água. A utilização da água tanto para as necessidades do homem como a preservação da vida, pode ser englobada em grandes grupos (SOUZA, 2008):
ü Abastecimento público
É o uso mais nobre da água. Para esse uso, é considerada a água para beber, para higiene pessoal, limpeza de utensílios, lavagem de roupas, pisos e banheiros, cozimento de alimentos, irrigação de jardins, combate a incêndio, entre outros. Salvo condições especiais, caso de residências isoladas, ou ausência do poder executivo como ocorre em muitas áreas periféricas de cidades, a água de uso público é fornecida por meio de um sistema de abastecimento. Esse sistema engloba a capacitação e tratamento, a reservação e distribuição. Essas operações normalmente são executadas por um órgão da administração municipal ou uma concessionária de água e esgotos.
ü Navegação
A navegação é um tipo de uso da água que vem se difundindo muito nos últimos anos, principalmente pela construção das barragens geradoras de energia elétrica.
ü Abastecimento industrial
A água é utilizada pela indústria em diversas situações, para a fabricação de seus produtos: lavagem de matérias-primas, caldeiras para a produção de vapor, refrigeração de equipamentos, lavagem de equipamentos e de pisos nas áreas de produção, composição dos produtos, reações químicas, higiene dos funcionários e combate a incêndio, entre outros usos. Em cada uma dessas situações, a água deve atender a padrões mínimos de qualidade, de forma a respeitar as exigências de cada uso.
ü Atividades agropastoris
Neste setor, as águas são utilizadas para a dessedentação de animais e para a irrigação, desde hortaliças até grandes áreas de lavouras de porte, onde são consumidas grandes quantidades de água. A irrigação é a fonte de maior uso de água no mundo, atingindo em torno de 70% de seu consumo. No Brasil, atualmente são irrigados cerca de 3 milhões de hectares (ha), sendo aproximadamente 455.000 ha no estado de São Paulo, onde são consumidos 4,3 x 109 m³ ano-1, segundo dados oficiais. No entanto, a utilização de água para a irrigação, sem o devido registro é muito grande, o que eleva consideravelmente esse valor. É uma forma de uso consuntivo da água; isto é, parte da água utilizada para esse fim não retorna ao campo de água original, havendo, portanto, redução na disponibilidade hídrica do manancial. Deve-se atentar também para o fato de que a água que retorna da irrigação que tem qualidade inferior àquela captada; haja vista o carreamento de solo, de fertilizantes e agrotóxicos, o que irá alterar a qualidade da água do manancial.
ü Geração de energia elétrica
O emprego das águas para fins de geração de energia elétrica é muito desenvolvido no Brasil. O país detém o terceiro lugar na produção de energia elétrica, com 10% da produção mundial, atrás do Canadá e dos EUA, cada um com 14% da produção mundial. O uso das águas para essa finalidade não modifica sua qualidade, no entanto, altera a vida e o ambiente aquáticos.
ü Recreação
O uso da água para recreação envolve duas situações: quando há o contato direto com a água (contato primário), caso da natação, do mergulho, do esqui aquático, entre outros, e quando não há o contato, caso dos esportes náuticos com a utilização de barcos, além da pesca esportiva. Nesses casos, notadamente aqueles de contato primário, a qualidade das águas está diretamente relacionada com a presença e a quantidade de microorganismos patogênicos que podem alterar a saúde humana. Além das suas situações descritas, o uso para fins paisagísticos também se insere nesse contexto.
ü Preservação da fauna e da flora
Para a preservação da fauna e da flora, deve-se ter em mente que a qualidade das águas é de fundamental importância. Os diversos parâmetros utilizados para classificar as águas dentro de seus vários usos têm seus valores muito rígidos para garantir a vida aquática, desde os microrganismos até os peixes, aves e outros animais.
ü Diluição e transporte de efluentes
Esse é o uso menos nobre das águas, embora seja um dos mais empregados pelo homem. O volume da água nos rios é de cerca de 0,00009% da disponibilidade de água na biosfera. São os rios de onde o ser humano retira a maior parte da água para o seu consumo e para outros usos nobres. E nesses mesmos rios o homem lança seus efluentes poluídos, quer de natureza doméstica, quer de origem industrial. Por isso, tem especial importância a forma com que os nossos efluentes são tratados e despejados no meio ambiente, em razão da grande possibilidade de prejudicar o uso das águas receptoras.
ü Qualidade das águas e redução da água potável
Mesmo consciente da essencialidade dos oceanos, mares, rios e lagos para a humanidade e incontáveis outras espécies, o homem vem fazendo deles a cloaca ou o esgoto da civilização, lançando neles todo tipo de lixo, esgoto e substâncias tóxicas.
O uso dos reservatórios hídricos, como esgoto da humanidade, vem contaminando quase todas as fontes de água potável do mundo. Milhões de toneladas de lixo e esgoto urbanos são lançados diariamente nos reservatórios de água, sendo parte deles materiais sintéticos resistentes à degradação biológica e produtos químicos tóxicos como metais pesados. A humanidade lança no ambiente, aproximadamente, 30 bilhões de toneladas de lixo por ano e, quem é mais afetado por essa poluição, são os recursos hídricos (FAVERO, 2009).
Em várias partes do planeta, o acesso à água potável é um dos problemas ambientais mais severos. Na América Latina, cerca de 80 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e pelo menos 120 milhões permanecem sem serviços de saneamento básico. Especialistas prevêm que esse será um dos maiores desafios a ser enfrentado pela humanidade. O acesso à água potável não é problema apenas de suprimento, mas também, de distribuição. De acordo com dados das Nações Unidas, mais de um quarto da população do mundo vive em países que enfrentam sérios problemas de escassez de água. Sendo assim, à medida que a população crescer e a industrialização se expandir, prevê-se o aumento da demanda por água e, também, que sua escassez será uma das fontes mais sérias de conflitos. Conforme tão bem resumiu Toro e Werneck (1987, citados por VIMIEIRO, 2009):
“A água é um bem de todos, que deve ter seu uso regido pelo interesse comum da sociedade e da humanidade. Embora, aparentemente, abundante, não se pode esquecer que, em escala mundial, a água potável é um bem escasso. Por essa razão deve ser tratada como um recurso estratégico, cuidada e preservada. A água é um bem econômico e por isso ela tem um custo, que está relacionado com a sua qualidade na captação, da distância das fontes dos volumes que têm que ser armazenados. Os benefícios e a economia do não tratamento dos dejetos lançados na água são apropriados por poucos, enquanto o custo da poluição e do desperdício de alguns é compartilhado por todos. Qualquer ação que afete a qualidade da água acaba por prejudicar a sociedade.”
Segundo a ONU anualmente morrem no mundo cerca de 1,8 milhão de pessoas de diarréias e gastrenterite por consumo de água não potável. Deles, 90% são menores de cinco anos e vivem em países em desenvolvimento; mais de 80 países, representando 40% da população mundial, sofrem com falta de água potável, mais de 2,2 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo devido ao consumo de água contaminada e à falta de saneamento. Aproximadamente 40% da população mundial vivem em áreas sem saneamento adequado. A porcentagem corresponde a 2,6 bilhões de pessoas. Mais que um bilhão não possui água potável para beber diariamente (PHILLIPI JÚNIOR e PELICIONI, 2005).
Na América Latina, cerca de 80 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e pelo menos 120 milhões permanecem sem serviços de saneamento básico. As crianças são as mais atingidas por esses problemas. "A crescente disparidade entre os que possuem e os que não possuem, em termos de acesso a serviços básicos, está matando quatro mil crianças por dia. Tem-se de agir agora, ou o número de mortes crescerá" (UNICEF, Carol Bellamy, em 2004, citada por FAVERO, 2009).
Até 2050, quando aproximadamente 9,3 bilhões de pessoas devem habitar a Terra, entre 2 e 7 bilhões de pessoas não terão acesso à água de qualidade. Além do comprometimento dos estoques de água doce pelos esgotos, lixos urbanos, resíduos industriais, agrotóxicos e pela mineração que provoca o assoreamento e envenenamento por metais pesados, a retirada das matas ciliares, protetoras das margens e mananciais dos rios, acelera a degradação dos cursos de água. Hoje, contam-se, aos milhares, os rios mortos, transformados em esgotos e lixeiras, ou completamente assoreados (SOUZA, 2008).
Em várias partes do planeta, o acesso à água potável é um dos problemas ambientais mais severos. O acesso à água potável não é problema apenas de suprimento, mas também, de distribuição. Um bilhão de pessoas no mundo tem de andar mais de 6 quilômetros por dia para transportar água da fonte mais próxima para a sua casa. Para esses seres humanos, a água é finita e um bem precioso. Especialistas prevêem que esse será um dos maiores desafios a ser enfrentado pela humanidade.
ü Consumo e desperdício de água
A demanda de consumo de água pelo homem moderno vem aumentando. O uso da água triplicou desde 1950. A população mundial estimada em 1820 era de 1 bilhão de habitantes, 2 bilhões em 1930, 3 bilhões em 1960, 4 bilhões em 1974, 5 bilhões em 1988, 6 bilhões em 2000 e 6,5 bilhões em 2006 (SOUZA, 2008).
O Brasil possui a maior reserva de água doce do mundo e é um grande desperdiçador de água potável. Toda esta riqueza natural vem sendo mal administrada em conseqüência de uma visão enganosa de que poderemos contar com este patrimônio e seus benefícios para sempre. As instituições governamentais ignoram que em torno de 40% da água que não chegam às torneiras são decorrentes dos vazamentos ou redes clandestinas. A água sai através de tubulações e canos mal conservados que se rompem ou é desviada (SABESP, 2009).
À semelhança da maioria dos países, no Brasil, a agricultura é quem mais consome água. Aproximadamente 70% do que é captado e vai para a irrigação é retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos, cujos métodos ineficientes empregados nas lavouras proporcionam grande desperdício de água. O uso doméstico é responsável por cerca de 10% do consumo, a indústria fica em torno de 20%. Ainda tem-se a água usada para a dessedentação dos animais de criação. Todos esses consumidores tendem a usar a água de modo abusivo. O destino deste volume de água utilizado em casa é de aproximadamente: 33% na descarga de banheiro; 27% no consumo humano (cozinhar e beber água); 25% na higiene pessoal (banho e escovar os dentes); 12% na lavagem de roupa e 3% em outros usos (lavagem de carro, consumo e higiene de animais domésticos, lavagem de pisos, entre outros); e não é qualidade de vida que exige isso, o que demonstra que, quanto mais rico em água é um país, maior é a falta de consciência de que este recurso pode um dia ser ou estar escasso (PHILLIPI JÚNIOR e PELICIONI, 2005).
Num dos países mais ricos em água doce do planeta, as cidades enfrentam crises de abastecimento, das quais não escapam nem mesmo as localizadas na Região Norte, onde estão perto de 80% das descargas de água dos rios do Brasil. Atualmente existem cerca de 6 bilhões de habitantes no planeta, com um consumo médio diário de 40 litros de água por pessoa. Um europeu gasta de 140 a 200 litros por dia, um norte-americano, de 200 a 250 litros , enquanto em algumas regiões da África há somente 15 litros de água disponíveis a cada dia para cada morador. O consumo médio diário do brasileiro é de 200 litros de água, muito mais do que realmente se necessitam (CARVALHO, 2007).
O consumo exagerado gera degradação ambiental, pois, ao se abrirem uma torneira não está apenas consumindo água, mas também alimentando toda a rede de esgoto, para onde vai praticamente toda a água que se consomem. O uso indiscriminado e o desperdício da água também fazem parte do nosso dia-a-dia. A mudança desse cenário não depende somente de leis e iniciativas governamentais. Cada cidadão tem o direito e o dever de zelar pela água, numa gestão participativa.
ü A água como veículo de doenças
Os despejos líquidos de origem doméstica são constituídos principalmente de resíduos de alimentos, fezes e urina. Sendo assim, a probabilidade de água contendo esses dejetos se tornar um veículo de doenças é bastante grande, já que, em regiões sem saneamento básico, em geral, o mesmo corpo d’água que recebe esgotos é utilizado como manancial para o abastecimento de populações humanas. Cabe, portanto, a essa altura, esclarecer as diferenças entre poluição e contaminação (SOUZA e BARROS, 2009).
Poluição é qualquer alteração em relação à matéria orgânica em excesso ou introdução de produtos químicos nocivos que torne impossível o uso do recurso hídrico para a finalidade a que se destina; contaminação, refere-se à introdução de microrganismos patogênicos, aumentando o risco de doenças. Existem vários agravos à saúde relacionados à contaminação da água, dentre os quais merecem destaque: leptospirose, cólera, doenças diarréicas em geral, hepatite e poliomielite (ibidem).
As doenças relacionadas com a água são importantes fatores de elevação da mortalidade infantil em regiões do Terceiro Mundo e facilmente evitáveis com simples medidas de saneamento, como disposição adequada de dejetos líquidos. Segundo a ONU, apud SOUZA (2008), estudos mostram que em 1980, as doenças infecciosas intestinais apareciam dentre as doenças infecciosas e parasitárias, como primeira causa de morte em nosso país, representando 57,6%, declinando para 30,4% em 1995. Aproximadamente metade dos leitos hospitalares é ocupada por doenças causadas pelo uso de água imprópria. A grande maioria dessas mortes foi devida a gastroenterites. Além dos patogênicos de natureza biológica, a água pode ser contaminada por substâncias inorgânicas, como é o caso dos metais pesados, tais como: cobre mercúrio, cobalto e lítio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O tema água é bastante complexo e merece inúmeras reflexões, sobretudo do ponto de vista da segurança nacional. Na verdade a água pode constituir um risco considerável para a sociedade, não apenas no que tange ao aspecto higiênico-sanitário, mas também como recurso natural estratégico para assegurar a geração de bens econômicos. A água como geradora de energia, constitui um bem essencial para a indústria e extremamente importante para a conservação de alimentos, pela utilização de refrigeradores, câmaras frias e outros, todavia as barragens e hidrelétricas podem afetar diretamente o meio ambiente (REBOUÇAS, 2002).
Entre os inúmeros desafios com que as sociedades se deparam para buscar a segurança hídrica, é importante (SABESP, 2009):
ü reconhecer que o acesso à água, em quantidade e qualidade, bem como o saneamento, são necessidades humanas básicas, indispensáveis à saúde e ao bem-estar;
ü assegurar o fornecimento de água de boa qualidade higiênico-sanitária para a produção de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar;
ü proteger os ecossistemas, assegurando sua manutenção por meio de gestão sustentável dos recursos hídricos;
ü promover a cooperação e desenvolver ações simultâneas para o múltiplo uso da água nas bacias hidrográficas, sempre que as condições político-econômicas e ambientais o permitirem;
ü dispor de medidas de segurança contra efeitos provocados por desastres ecológicos, como enchentes ou secas, e contra atividades causadoras de poluição ou contaminação e outros eventos críticos relacionados à água; e
ü gerenciar racionalmente os recursos hídricos de modo que haja o envolvimento da população por meio do atendimento de seus interesses e necessidades.
A educação ambiental, conforme “A Carta de Belgrado” visa à formação de uma população mundial que esteja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhe são associados, e que tenha conhecimento, habilidade, atitude, motivação e compromisso para trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção de novos (PHILLIPI JÚNIOR e PELICIONI, 2005).
Neste sentido, a educação ambiental assume papel de extrema importância na preservação do recurso água, ao estabelecer um universo onde o aluno e o trabalhador possam encontrar os meios e as informações capazes de permitir sua sensibilização, sua percepção e o seu despertar ambientais, emocionado-os , fornecendo-lhes os conhecimentos técnicos e tornando-os cidadãos cientes de seu potencial transformador e decisivo na construção ambiental
A este exemplo, pode-se citar o Programa Água Nossa, de parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Joinvile, Santa Catarina, com a ONG Água e Cidade, implantado na escola Municipal João Costa, onde foram necessários nove anos para transformar a postura dos alunos em relação ao uso da água. Desde 1996, a redução no consumo da escola é de 70% em média. Nesta escola a adoção da questão água se tornou o carro-chefe da educação ambiental, porque, ela permitiu estabelecer pontes com todos os outros aspectos da ecologia (ibidem).
No início, os estudantes aprendem a “teoria” sobre a água: de onde ela vem, para que serve, onde está sendo poluída, como é tratada e sua composição. Para isso a aula é deslocada para um cenário muito inspirador: as margens do rio Itaum-Mirim, vizinho da escola. Como segundo passo, a escola investe na mudança dos hábitos. Os alunos identificam formas de desperdício em casa, na escola, e buscam alternativas para evitá-las.
ü Programas, projetos e campanhas de conscientização ambiental
¾ Programa Água para a Vida - WWF
O Programa Água para Vida da WWF-Brasil visa contribuir para a solução dos problemas existentes com os recursos hídricos no país, priorizando as seguintes atividades:
- Fortalecimento das políticas públicas e instituições responsáveis pela gestão dos recursos hídricos;
- Assistência técnica aos Comitês de Bacias;
- Desenvolvimento de modelos de funcionamento de Comitês enfocando a participação da sociedade civil, o uso do solo e a gestão da água;
- Revitalização de rios e planejamento do uso das bacias hidrográficas;
- Estímulo às práticas de produção agrícola, pesqueira e pecuária de baixo impacto;
- Educação ambiental em bacias hidrográficas;
- Conscientização do grande público, dos governos e do setor privado para a questão.
¾ Programa do Uso Racional da Água – PURA (SABESP, 2009)
Preocupada com este quadro, a SABESP adotou uma política de incentivo ao uso racional da água, que exige mudanças culturais para a conscientização da população - é necessário que se saiba que vivemos ciclos hidrológicos e que a água, finita, está cada vez mais rara e cara. O PURA - Programa de Uso Racional da Água,é um programa de combate ao desperdício. É a maneira ambientalmente correta e inteligente de combater o desperdício, utilizando o recurso de forma eficiente, por meio de soluções tecnológicas e de gerenciamento de consumo e se destina a condomínios residenciais, comércios e indústrias, clientes ou não da SABESP.
¾ Projeto EcoCasa – Água (PROJECTO ECOCASA, 2009)
Quinze famílias de Coimbra tiveram o seu consumo de água analisado este ano visando um uso racional deste recurso, ao abrigo de uma iniciativa conjunta da Águas de Coimbra e da Quercus. O projecto "EcoCasa - Água", anunciado em conferência de imprensa em Coimbra, permitiu a avaliação contínua do consumo doméstico dos 15 agregados, designados por "EcoFamílias" e da análise desses dados que resultaram em recomendações para um uso eficiente da água, por meio de leitura contínua e à distância do consumo. Tal iniciativa visa aproximar as pessoas à realidade do seu consumo de água no dia-a-dia. Por intermédio do sistema, será possível saber, em tempo real, quantos litros de água foram gastos nas duchas, na cozinha ou na máquina de lavar, sendo depois delineados planos de uso eficiente do recurso.
¾ Campanhas Educacionais (SABESP, 2009)
As Campanhas Educacionais do PURA nas escolas estão entre as ações mais importantes do Projeto, pois conscientizam a população sobre os benefícios da utilização correta da água, estimulando a mudança de hábitos. Os projetos, tais como: Azul da Cor do Mar Chove Chuva, Água - A Amiga da Vida; Como é Difícil ter a água limpa e Temos de Cuidar Juntos, são aplicados aos alunos da 1ª à 4ª. Os projetos Tudo o que se faz com a água...e até quando?; Terra, Planeta água; Água Nossa de Cada Dia; Água e Sobrevivência; Água e Vida Humana; e Fazer as Pazes com a Natureza são aplicados aos alunos do Ensino Fundamental.
¾ Campanha "Água é vida. E vida não se desperdiça”
A Campanha "Água é Vida. E vida não se desperdiça", faz parte das comemorações do Dia Mundial da Água. Água é Vida, fruto de um trabalho dos profissionais da Rádio Câmara com os técnicos da Agência Nacional de Águas que reúne também informações sobre gestão de água e a Política Nacional de Recursos Hídricos. A campanha é formada por 45 spots com dicas sobre economia da água em residências, na indústria e na agricultura e números sobre o consumo no Brasil e no mundo. O material da campanha pode ser reproduzido gratuitamente por qualquer emissora que tenha interesse, desde que citada à fonte.
Os problemas de escassez de água e poluição dos mananciais, aliados a má utilização da água potável que chega até nossas residências, sugerem a procura de alternativas para a solução desses problemas. Pequenos cuidados fazem muita diferença na conta e na minimização do desperdício (SOUZA e BARROS, 2009):
ü Dentro de casa
¾ Na cozinha: Antes de lavar pratos e panelas, remover bem os restos de comida e jogá-los no lixo; manter a torneira fechada ao ensaboar as louças - assim se economizará até 105 litros de água; deixar de molho as louças com sujeira mais pesada; só ligar a máquina de lavar louça quando estiver cheia.
¾ No banheiro: consertar os vazamentos; não tomar banhos demorados – quando se demora no banho, gasta-se de 95 a 180 litros de água limpa; manter a torneira fechada aos escovar os dentes - ao deixá-la aberta, gasta-se até 25 litros de água; usar a descarga apenas o tempo necessário - uma descarga chega a utilizar 20 litros de água em um único aperto; manter a válvula de descarga do vaso sanitário sempre regulada e não usar o vaso como lixeira ou cinzeiro; consertar os vazamentos.
¾ Na lavanderia: não ficar lavando aos poucos – deixar a roupa acumular e lavar tudo de uma só vez; manter a torneira fechada ao ensaboar e esfregar as roupas – deixar as roupas de molho para remover a sujeira mais pesada e utilizar esta água para lavar o quintal; apenas ligar a máquina de lavar roupa quando estiver cheia.
ü Fora de casa
¾ No jardim, quintal e calçada: usar balde ao lavar o carro - ao lavá-lo com uma mangueira gasta até 560 litros de água em 30 minutos; não usar a mangueira para limpar a calçada - utilizar uma vassoura e depois jogar um balde d’água - economizará até 250 litros de água; prefirir o uso de regador ao da mangueira para regar as plantas - ao regar plantas você gasta cerca de 186 litros de água limpa em 30 minutos.
ü Aproveitamento da água (SOUZA e BARROS, 2009)
Quando se fala em aproveitamento da água, é importante diferenciar o uso do consumo. O uso é a retirada da água do ambiente para suprir necessidades humanas, isto é, uma parte do que é aproveitado volta para o ambiente; como é o caso da água utilizada para cozinhar ou para o banho. Já o consumo refere-se à parcela que não retorna de modo direto para o ambiente; como a água usada para irrigar uma plantação, que passa a fazer parte dos tecidos dos vegetais.
Além da economia, a reciclagem e a reutilização surgem como alternativas para o uso mais racional da água. A reciclagem pode ser definida como o aproveitamento da água já utilizada para determinada função, mesmo que sua qualidade tenha sido reduzida durante esse uso inicial. O reaproveitamento é feito antes que essa água atinja a rede de esgoto. Em uma residência, por exemplo, a água gasta durante o banho poderia ser reaproveitada, sem qualquer tratamento para descarga do vaso sanitário ou para lavagem do quintal, bem como também se podem reutilizar a água na lavagem de roupas, para limpezas de calçadas e pisos.
ü O reuso da água de chuvas
“A utilização das águas pluviais é uma ação de responsabilidade internacional, visto o desenvolvimento sustentável das cidades, preconizado na Agenda do Século 21” (Fendrich e Oliynik, 2002, citados por CARVALHO, 2007).
¾ Em condomínios: a água de chuva armazenada significa uma economia expressiva no gasto de água nas áreas comuns de condomínios, podendo ser utilizada na lavagem das calçadas, do playground, de carros, na irrigação dos canteiros e jardins, no abastecimento da piscina, na reserva para caso de incêndio e até mesmo em banheiros, das áreas comuns ou casa de vigias.
¾ Em residências: este sistema pode ser aplicado tanto em residências em construção, podendo ser feito um sistema paralelo ao da água da rua incluindo o uso em descarga de banheiros, lavagem de roupa e torneiras externas, como em residências já construídas. Onde não se quer ou não for possível mexer nas instalações existentes, é possível aproveitar a água de chuva para piscinas, jardins, limpeza de calçadas, lavagem de carros, entre outros usos.
¾ Em indústria, instalações comerciais e rurais e clubes: nas áreas de maior porte, aproveitar a água de chuva é unir os benefícios ecológicos aos econômicos. A água pode ser usada para resfriar máquinas e equipamentos, em serviços de limpeza, para descarga de banheiros, no reservatório contra incêndio e para irrigação de áreas verdes. Nos dias de chuva intensa, as cisternas podem funcionar como "buffers", áreas de contenção, diminuindo ou até evitando alagamentos e a sobrecarga da rede pluvial.
v Vantagens da reutilização das águas das chuvas
- Encorajar a conservação de água, a auto-suficiência e uma postura proativa perante os problemas ambientais da cidade;
- Reduzir o consumo de água da rede pública e do custo de fornecimento;
- Evitar a utilização de água potável onde esta não é necessária, como por exemplo, na descarga de vasos sanitários, irrigação de jardins e lavagem de pisos;
- Faz sentido ecológica e financeiramente não desperdiçar um recurso natural escasso em toda a cidade;
- Contribuir na contenção de enchentes, represando parte da água que teria de ser drenada para galerias e rios.
ü Equipamentos economizadores de água
Os equipamentos economizadores de água (Tabela 1) trazem grande vantagem para a redução do consumo de água, mas o valor percentual de economia pode variar em função da pressão do ramal de alimentação, do número de usos, tempo de acionamento e hábitos dos usuários.
Equipamento Convencional | Consumo | Equipamento Economizador | Consumo | Economia |
Bacia com caixa acoplada | 12 litros/descarga | Bacia VDR | 6 litros/descarga | 50% |
Bacia com válvula bem regulada | 10 litros/descarga | Bacia VDR | 6 litros/descarga | 40% |
Ducha (água quente/fria) - até 6 mca | 0,19 litros/seg | Restritor de vazão 8 litros/min | 0,13 litros/seg | 32% |
Ducha (água quente/fria) - | 0,34 litros/seg | Restritor de vazão 8 litros/min | 0,13 litros/seg | 62% |
Ducha (água quente/fria) - | 0,34 litros/seg | Restritor de vazão 12 litros/min | 0,20 litros/seg | 41% |
Torneira de pia - até 6 mca | 0,23 litros/seg | Arejador vazão cte (6 litros/min) | 0,10 litros/seg | 57% |
Torneira de pia - | 0,42 litros/seg | Arejador vazão cte (6 litros/min) | 0,10 litros/seg | 76% |
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca | 0,26 litros/seg | Regulador de vazão | 0,13 litros/seg | 50% |
Torneira uso geral/tanque - | 0,42 litros/seg | Regulador de vazão | 0,21 litros/seg | 50% |
Torneira uso geral/tanque - até 6 mca | 0,26 litros/seg | Restritor de vazão | 0,10 litros/seg | 62% |
Torneira uso geral/tanque - | 0,42 litros/seg | Restritor de vazão | 0,10 litros/seg | 76% |
Torneira de jardim - | 0,66 litros/seg | Regulador de vazão | 0,33 litros/seg | 50% |
Mictório | 2 litros/uso | Válvula automática | 1 litro/seg | 50% |
TABELA 1 – Economia apresentada por diversos tipos de equipamentos economizadores em relação aos equipamentos convencionais. Fonte: Relatório Mensal. Projeto de Pesquisa Escola Politécnica / USPxSABESP - Junho/96 e informações técnicas da ASFAMAS.
A planejada, consciente e racional utilização da água são definidas pela adoção de procedimentos simples e que estão ao alcance de todos. A proteção de nascentes e mananciais é uma ação básica para assegurar o suprimento de água. A cobertura vegetal dos solos e a conservação das matas ciliares, junto aos mananciais e nascentes, são vitais para a preservação desse bem precioso e cada vez mais escasso que é a água.
Em diversos países, a situação dos recursos hídricos, apresenta um desafio enorme para os responsáveis pela sua gestão. A necessidade de produzir alimentos e energia, e ao mesmo tempo atender à demanda doméstica e industrial, implicam que os recursos hídricos deverão ser aproveitados de maneira mais efetiva do que os são atualmente; as soluções adequadas requerem uma visão integrada da gestão de recursos hídricos, considerando as fases de gestão de ofertas e de demandas, usos mais eficientes e proteção da qualidade da água (REBOUÇAS, 2004).
As principais soluções incluem: a reabilitação e proteção de bacias para se obter um regime hidrológico mais adequado e reduzir a quantidade de sedimentos retida nos reservatórios; o aumento da produtividade da água; aumentar a produção de alimentos sem modificar, ou mesmo diminuir, a quantidade de água disponível para a agricultura, por meio de práticas agrícolas, melhorando a variedade de culturas, substituindo culturas, melhorando as técnicas agrícolas, ou tornando mais eficientes as técnicas de irrigação; a diminuição das taxas de evaporação e a prevenção da poluição dos recursos hídricos; a gestão adequada e integrada dos recursos hídricos tomando as bacias hidrográficas como unidade de referência; e o aumento da água disponível por meio do acréscimo da capacidade de armazenamento, a construção de grandes barragens tem sido a opção escolhida em muitas regiões do mundo; porém, seus custos econômicos e ambientais têm sido apontados como causas da diminuição na taxa de construção dessas estruturas. As alternativas sugeridas são: pequenas barragens, armazenamento de água em regiões pantanosas, recarga de aqüíferos, técnicas tradicionais de armazenamento em pequena escala e métodos de colheita de precipitações reduzidas e vazões em cursos de água intermitentes (SOUZA, 2008).
Os países ricos possuem condições financeiras e conhecimentos para enfrentar os problemas relacionados com a escassez de água, utilizando-se de métodos como a transposição de bacias e construção de grandes reservatórios, ainda que de alto investimento, e frequentemente causando sérios danos aos ecossistemas. Adicionalmente, mesmo nesses países, técnicas de aproveitamento de água de chuva e de reuso de água vêm sendo aprimoradas para minorar os problemas de escassez. Países ricos e pobres podem ser atendidos com técnicas alternativas de aproveitamento de água, principalmente as técnicas de coleta de chuva e vazões em cursos d’água intermitentes, aplicáveis tanto em áreas rurais, para agricultura ou abastecimento doméstico, ou em áreas urbanas (SOUZA e BARROS, 2009).
As estimativas e projeções sobre os usos futuros dos recursos hídricos variam bastante, em função de análises de tendências diversificadas, algumas baseadas em projeções dos usos atuais, outras em função de re-avaliações dos usos atuais e introdução de medidas de economia da água, tais como:reuso e medidas legais para diminuir os usos, o consumo e evitar desperdício.
REBOUÇAS (2002) acrescenta dizendo:
A água é considerada um bem público, na maioria dos países e no Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988, o que significa que ela não poderá ser desperdiçada ou degradada de forma livre pelo usuário. Ao contrário, o seu uso deverá ser feito com base nos três E – Ética, Ecologia e Economia – que formam o tripé do desenvolvimento sustentável.
Tudo que concerne à água, do ponto de vista político, está contido no Capítulo 18, sobre proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos, da Agenda 21, firmada pelo Brasil durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Agenda 21 (1992) “significa a construção política das bases do desenvolvimento sustentável, cujo objetivo é conciliar justiça social, equilíbrio ambiental e eficiência econômica”. Essa posição do governo foi reiterada na Conferência Ministerial de Haia sobre Segurança Hídrica no Século XXI, quando do pronunciamento do chefe da delegação brasileira, o qual afirmou que “a Agenda 21 continua sendo reconhecida pelo governo brasileiro como documento único contendo diretrizes para ação da comunidade internacional, adotadas por unanimidade, sobre a questão dos recursos hídricos.”
A água é imprescindível para a sobrevida do planeta Terra. As questões a ela relacionadas implicam mais do que decisões políticas individuais dos governos membros das Nações Unidas. Requerem negociações que viabilizem o atendimento dos prazos estabelecidos nos acordos já firmados, visando à consecução das metas propostas. Considera-se que investimentos no setor e a execução plena dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos são primordiais para o crescimento econômico e o desenvolvimento social no Brasil.
A crescente preocupação com a disponibilidade mundial da água vem exigindo de todos uma nova consciência em relação à utilização desse recurso. A água encontrada na natureza é essencial para a vida no nosso planeta: é um recurso fundamental, para a vida de todos os seres vivos sobre o planeta, dela depende o futuro. Considerando os problemas de escassez de água, a poluição dos mananciais, desperdício e falta de conscientização ambiental, focou-se o trabalho em uma alternativa viável para minimização de tais problemas.
As questões relacionadas à água são também importantes para o desenvolvimento e o bem-estar. Assegurar o acesso a esse bem público de valor econômico e a disponibilidade para todos os usos, conforme previsto na Lei das Águas, Lei nº. 9.433/97, converte-se em um desafio amplificado, cujo trato necessariamente se estende aos sistemas estaduais de gestão de recursos hídricos. A boa gestão no setor de recursos hídricos é essencial, devendo haver integração com outros setores, nos quais também são tomadas decisões que afetam a oferta e a qualidade da água para os usos prioritários, exigindo melhor gestão pública, parcerias e maior prestação de contas à sociedade.
No caso do Brasil, ainda restam lacunas na operação dos instrumentos da gestão ambiental e das águas, além de inexistirem iguais recursos e mesmo capacidades técnicas para executá-los plenamente em todas as unidades federativas e impedimentos importantes ao desenvolvimento e à gestão de águas em particular, além da escassez de recursos financeiros. Há um projeto de lei federal que institui diretriz sobre a obrigatoriedade de implantação de programas de racionalização do uso da água, e estabelece a instalação de equipamentos hidráulicos menos consumistas, como orientação para todas as cidades brasileiras.
Países desenvolvidos já fazem uso dessa alternativa por enfrentarem grandes problemas de escassez, obtendo resultados satisfatórios na economia do consumo de água potável e da exploração deste recurso. Iniciaram a integração da gestão de recursos hídricos com seus respectivos planos e políticas de desenvolvimento diante de um cenário de escassez, implantando políticas públicas de incentivo à instalação de equipamentos economizadores ou tornaram obrigatória à utilização desses sistemas.
A Política Nacional de Recursos Hídricos veio resgatar a omissão histórica de uma política específica para os nossos recursos hídricos. Incorpora princípios, normas e padrões de gestão da água universalmente aceitos e praticados em muitos países. Devem-se estar conscientes de que os programas e projetos desenvolvidos com essa finalidade não alcançarão os resultados esperados se não houver um compartilhamento dessa gestão. Há um objetivo comum para ser trabalhado, que no caso da água, é o de garantir sua disponibilidade em todos os níveis racionais de consumo.
A planejada, consciente e racional utilização da água é definida pela adoção de procedimentos simples e que estão ao alcance de todos. A proteção de nascentes e mananciais é uma ação básica para assegurar o suprimento de água. A cobertura vegetal dos solos e a conservação das matas ciliares, junto aos mananciais e nascentes, são vitais para a preservação desse bem precioso e cada vez mais escasso que é a água. Os problemas de escassez de água e poluição dos mananciais, aliados a má utilização da água potável que chega até nossas residências, sugerem a procura de alternativas para a solução desses problemas.
CONCLUSÕES
Todas as alterações da qualidade das águas provocadas, principalmente, pela ação do homem, precisam ser cuidadosamente avaliadas. As medidas preventivas devem ser tomadas de modo a não interferir de forma prejudicial na vida aquática.
Os grandes problemas causados pela urbanização mostram a necessidade da utilização de formas alternativas para obtenção e aproveitamento deste recurso. A satisfação da demanda de água representa um grave problema, pois além do enorme volume consumido e desperdiçado, nem sempre a restituição do produto ao meio natural, sem tratamento prévio, está isenta de riscos à saúde e ao próprio ambiente. Como o aumento da demanda pela água segue seu curso, é natural que alternativas para seu uso sejam previstas.
Em várias partes do planeta, o acesso à água potável é um dos problemas ambientais mais severos, e não problema apenas de suprimento, mas também, de distribuição. O Brasil é um país com grandes reservas de água, o problema é a má utilização da água tratada.
A água é um problema de segurança nacional e como tal merece a adoção de estratégias direcionadas para cada um de seus aspectos particulares, todos eles de relevância para o desenvolvimento social e econômico dos povos, inclusive a saúde pública.
A consciência de que é preciso mudar está crescendo em nossa sociedade. Todos dependem e dependerão da água. Entretanto, esta situação depende, sobretudo, da mudança de nossas atitudes e comportamentos, de nosso grau de civilidade para preservar esta substância essencial à sobrevivência de todos os seres vivos.
RECOMENDAÇÕES
A proposta deste trabalho foi de conscientizar a sociedade quanto ao consumo e desperdício da água, apontando alternativas para o uso racional da água. A contribuição, no âmbito da presente proposta, foi projetar a ampliação do uso racional da água, com a comprovação das vantagens de seu aproveitamento, na expectativa de que tal recurso se torne uma prática mais comum.
A conscientização da população quanto à desigualdade na distribuição, qualidade e disponibilidade de água em nível local, nacional e mundial e quanto ao uso abusivo da água, é fundamental para evitar sua provável escassez. Apesar de o Brasil ser privilegiado quanto aos mananciais de água doce, a falta de planejamento em relação aos recursos hídricos precisa acabar. É necessário que haja administração racional, que não vise apenas aumentar a oferta de água com grandes investimentos em obras, mas se preocupe, principalmente, em conservar, preservar e reaproveitar a água que temos.
Projetar a ampliação do uso racional da água, com a comprovação das vantagens de seu aproveitamento, na expectativa de que tal recurso se torne uma prática mais comum. A conscientização da população quanto à desigualdade na distribuição, qualidade e disponibilidade de água em nível local, nacional e mundial e quanto ao uso abusivo da água, é fundamental para evitar sua possível escassez.
A partir deste trabalho é possível avaliar que o uso racional da água, o reaproveitamento e o uso de água de chuva podem ser uma boa alternativa para minimizar um grande problema que a população pode vir a ter de passar, que é a escassez e a falta de água para as suas necessidades básicas. Neste sentido, racionalizar o uso da água não significa ficar sem ela, significa usá-la sem desperdício. Economizar e conservar água são atitudes fundamentais.
Prorrogar a vida útil dos mananciais existentes de modo a garantir, em curto e médio prazo, o fornecimento da água necessária à população, e incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à redução do consumo de água são princípios que deverão ser considerados obrigatórios.
Mostrar uma nova postura em relação à utilização dos recursos hídricos com vista à redução no consumo e a preservação de sua qualidade, para a construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente equilibrado, por meio da responsabilidade individual e coletiva, faz-se urgente.
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O movimento cíclico da água do mar para a atmosfera e desta, por precipitação, para a terra, onde se acumula nos cursos de água para, daí, voltar ao mar, é reportado como ciclo hidrológico (Figura 1). O ciclo da água ou hidrológico do planeta é movido pela energia solar. De toda a energia solar que chega a Terra, cerca de 1/3 é gasta na movimentação deste ciclo.
