Barragem no São Francisco com rio Pará

Devido às dimensões continentais do Brasil e sua grande quantidade de bacias hidrográficas, 90% da energia elétrica do país são geradas em usinas hidrelétricas, esta foi uma maneira mais fácil e econômica que o governo encontrou para produzir energia necessária. No entanto, as barragens de usinas hidrelétricas causam, não só impactos ambientais, como também econômicos e socioculturais.

Apesar disso, há rumores cada vez mais intensos sobre a construção de uma hidrelétrica no encontro do Rio São Francisco com o Rio Pará, na região que abrange os municípios de Abaeté, Pompéu e Martinho Campos. Embora não haja nada concreto sobre a implantação da usina, informações extra-oficias dão conta de que a represa poderia atingir 634m de nível de água acima do mar. isso aumentaria consideravelmente o nível de água provocando a inundação de uma enorme área da bacia do Velho Chico na região. A barragem terá 27m de altura, 14km² de espelho d’água e vai produzir 300MW de energia, ou seja, ¾ (três quartos) da energia gerada por Três Marias.

De acordo com informações extra-oficiais de técnicos e engenheiros que estiveram fazendo os levantamentos preliminares, trata-se de um projeto antigo e sua execução está prevista para breve, aguardando apenas o término dos estudos sobre os impactos ambientais, econômicos e sociais.

Acredita-se que a implantação de uma hidrelétrica na região iria favorecer o setor econômico, impulsionando o turismo, gerando novos empregos e contribuindo para o desenvolvimento dos municípios, no entanto, os impactos ambientais seriam degradantes. O alagamento de florestas, a mortandade dos animais e a poluição das águas usada pelos habitantes da região, iriam mudar completamente a imagem desse lugar, a cultura dessas pessoas, entre outros problemas.

Mas, por falta de conhecimento ou pelo fato de quererem o desenvolvimento, a urbanização, a população local acaba não mensurando as consequências dessa modernização. A construção da hidrelétrica geraria grande quantidade de empregos, o que ocasionaria uma migração de pessoas em busca de oportunidades. Sendo, os municípios, pequenos, com característica de cidades do interior, tranquilos e pacatos, livres do tipo de violência encontradas nos centros urbanos, a migração dessas pessoas poderia mudar esse quadro. Devido ao fato de que a maior parte dessas pessoas não têm formação suficiente para desempenhar os demais serviços, a maioria não mais seria útil, o que acarretaria em uma massa de desempregados. Como consequência disso há o aumento da marginalização, o que, por fim acabaria com as características municipais. E, além disso, o transbordamento da água iria inundar terras férteis das margens do rio e fazendas, as quais são habitadas por antigos moradores, que cresceram naqueles lugares e não querem ver tudo em baixo d’água.

Fonte: Jornal Ta Tudo Aqui.

Jéssica Mara Noronha